A Paróquia Nossa Senhora do Rosário participou nesta manhã, 21.02, da abertura da segunda porta Santa da Misericórdia em Cococi, distrito de Parambú. A caravana de Tauá foi conduzida pelos padres Denilson Furtado, Sebastião Cesar e o diácono Jobson. O momento inicial aconteceu em um espaço aberto, conduzido pelo Bispo Diocesano, Dom Ailton Menegussi que coordenou todo o momento oracional e a Santa Missa. Após a comunhão iniciou os ritos para a preparação da abertura da Santa Porta da Misericórdia. A abertura da porta e a bênção final através da asperção da água foi movida pela renovação do batismo. Muitos fiéis e devotos da área sul que compreende as paróquias de Tauá, Parambú e Quiterianópolis viveram o momento que a cada cinquenta anos a igreja revive. Animadores e coordenadores de pastorais da Comunidade do Sagrado Coração de Jesus, do bairro Bezerra e Sousa, participaram do momento permitindo-se a viver os passos da Santa Misericórdia do Senhor as luzes da conversão. O Papa Francisco explica o significado da Porta Santa.
Praça São Pedro/Vaticano
Quarta-feira, 18 de novembro de 2015
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Com essa reflexão chegamos ao limiar do Jubileu, que está próximo.
Diante de nós está a porta, mas não somente a Porta Santa, outra: a
grande porta da Misericórdia de Deus – e essa é uma porta bela! –, que
acolhe o nosso arrependimento oferecendo a graça do seu perdão. A porta é
generosamente aberta, é preciso um pouco de coragem da nossa parte para
cruzar o limiar. Cada um de nós tem dentro de si coisas que pesam.
Todos somos pecadores! Aproveitemos esse momento que vem e cruzemos o
limiar dessa misericórdia de Deus que nunca se cansa de perdoar, nunca
se cansa de nos esperar! Ele nos olha, está sempre próximo a nós.
Coragem! Entremos por essa porta!
Do Sínodo dos Bispos, que celebramos no mês de outubro passado, todas
as famílias e toda a Igreja receberam um grande encorajamento para se
encontrarem no limiar dessa porta aberta. A Igreja foi encorajada a
abrir as suas portas para sair com o Senhor ao encontro dos filhos e
filhas em caminho, às vezes incertos, às vezes perdidos, nestes tempos
difíceis. As famílias cristãs, em particular, foram encorajadas a abrir a
porta ao Senhor que espera para entrar, levando sua benção e sua
amizade. E se a porta da misericórdia de Deus está sempre aberta, também
as portas das nossas igrejas, das nossas comunidades, das nossas
paróquias, das nossas instituições, das nossas dioceses, devem estar
abertas, para que assim todos possam sair e levar essa misericórdia de
Deus. O Jubileu significa a grande porta da misericórdia de Deus, mas
também as pequenas portas das nossas igrejas abertas para deixar o
Senhor entrar – ou tantas vezes sair o Senhor – prisioneiro das nossas
estruturas, do nosso egoísmo e de tantas coisas.
O Senhor nunca força a porta: também Ele pede permissão para entrar. O
Livro do Apocalipse diz: “Eu estou à porta e bato. Se alguém escuta a
minha voz e me abre a porta, eu virei a ele, cearei com ele e ele
comigo” (3, 20). Imaginemos o Senhor que bate à porta do nosso coração! E
na última grande visão deste Livro do Apocalipse, assim se profetiza da
Cidade de Deus: “As suas portas não se fecharão nunca durante o dia”, o
que significa para sempre, porque “não haverá mais noite” (21, 25). Há
lugares no mundo em que não se fecham as portas com chave, ainda há. Mas
há tantos onde as portas blindadas se tornaram normais. Não devemos nos
render à ideia de dever aplicar esse sistema a toda a nossa vida, à
vida da família, da cidade, da sociedade. E tão menos à vida da Igreja.
Seria terrível! Uma Igreja inospitaleira, assim como uma família fechada
em si mesma mortifica o Evangelho e seca o mundo. Nada de portas
blindadas na Igreja, nada! Tudo aberto!
A gestão simbólica das “portas” – dos limiares, das passagens, das
fronteiras – se tornou crucial. A porta deve proteger, certo, mas não
rejeitar. A porta não deve ser forçada, ao contrário, se pede permissão,
porque a hospitalidade resplandece na liberdade do acolhimento e se
escurece na prepotência da invasão. A porta se abre frequentemente para
ver se do lado de fora há alguém que espera e, talvez, não tem a
coragem, talvez nem mesmo força de bater.
Quanta gente perdeu a confiança, não tem a coragem de bater à porta
do nosso coração cristão, às portas das nossas igrejas…E estão ali, não
têm a coragem, tiramos a confiança delas: por favor, que isso nunca
aconteça. A porta diz muitas coisas da casa e também da Igreja. A gestão
da porta requer atento discernimento e, ao mesmo tempo, deve inspirar
grande confiança. Gostaria de dizer uma palavra de gratidão para todos
os guardiões das portas: dos nossos condomínios, das nossas instituições
cívicas, das próprias igrejas. Muitas vezes, a atenção e a gentileza da
portaria são capazes de oferecer uma imagem de humanidade e de
acolhimento a toda a casa, desde a entrada. Há de se aprender com estes
homens e mulheres, que são os guardiões dos lugares de encontro e de
acolhimento da cidade do homem! A todos vocês, guardiões de tantas
portas, seja das casas, seja portas das igrejas, muito obrigado! Mas
sempre com um sorriso, sempre mostrando o acolhimento daquela casa,
daquela igreja, assim o povo se sente feliz e acolhido naquele lugar.
Na verdade, sabemos bem que nós mesmos somos os guardiões e os servos
da Porta de Deus e a porta de Deus como se chama? Jesus! Ele nos
ilumina sobre todas as portas da vida, incluindo aquelas do nosso
nascimento e da nossa morte. Ele mesmo afirmou isso: “Eu sou a porta: se
alguém entra através de mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará
pastagem” (Jo 10, 9). Jesus é a porta que nos faz entrar e sair. Porque o
rebanho de Deus é um abrigo, não é uma prisão! A casa de Deus é um
abrigo, não é uma prisão e a porta se chama Jesus! E se a porta está
fechada, dizemos: “Senhor, abre a porta!”. Jesus é a porta e nos faz
entrar e sair.
São os ladrões aqueles que procuram evitar a porta: é curioso, os
ladrões procuram sempre entrar por outro lado, pela janela, pelo teto,
mas evitam a porta, porque têm intenções más e se infiltram no rebanho
para enganar as ovelhas e tirar proveito delas. Nós devemos passar pela
porta e ouvir a voz de Jesus: se ouvimos o seu tom de voz, estamos
seguros, estamos salvos. Podemos entrar sem medo e sair sem perigo.
Nesse belíssimo discurso de Jesus, se fala também do guardião, que tem a
tarefa de abrir ao Bom Pastor (cfr Jo 10,2). Se o guardião ouve a voz
do Pastor, então abre e faz entrar todas as ovelhas que o Pastor traz,
todas, incluindo aquelas perdidas nos bosques, que o bom Pastor foi
resgatar. As ovelhas não são escolhidas pelo guardião, pelo secretário
paroquial ou pela secretaria da paróquia; as ovelhas são todas enviadas,
são escolhidas pelo bom Pastor. O guardião – também ele – obedece à voz
do Pastor. Bem, poderíamos bem dizer que nós devemos ser como aquele
guardião. A Igreja é a porteira da casa do Senhor, não é a patroa da
casa do Senhor.
A Sagrada Família de Nazaré sabe bem o que significa uma porta aberta
ou fechada, para quem espera um filho, para quem não tem morada, para
quem deve escapar do perigo. As famílias cristãs façam de sua porta de
casa um pequeno grande sinal da Porta da misericórdia e do acolhimento
de Deus. É justamente assim que a Igreja deverá ser reconhecida, em todo
canto da terra: como a guardiã de um Deus que bate, como o acolhimento
de um Deus que não te fecha a porta na cara, com a desculpa de que você
não é de casa. Com este espírito nos aproximamos do Jubileu: haverá para
nós a Porta Santa, mas há a porta da grande misericórdia de Deus! Haja
também para nós a porta do nosso coração para receber todos o perdão de
Deus e dar, por nossa vez, o nosso perdão, acolhendo todos aqueles que
batem à nossa porta.
Fonte: w2.vatican.va
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